A HISTÓRIA DO CIGARRO
Antônio Komychecka era filho de ucranianos e desde criança nutria verdadeira paixão pelo Grêmio Maringá. Estava em um bar, em Ourizona-Pr, e o tempo, de uma hora para outra, virou naquele dia. Na hora do pé d’água, Antônio abrigou-se num outro bar perto da entrada da cidade. Entrou e pediu um café, que foi servido num copinho de pinga.
Café? Sei... Deve ter pensado o dono do bar que parecia o Moe, personagem dos Simpsons. Ficou ali no balcão, puxou um dos bancos e sentou. Notou que lá nos fundos do bar, sentados, dois caras discutiam sobre futebol e Antônio ouviu claramente algo relacionado ao Grêmio Maringá. Ficou na sua, escutando de longe, tomando seu café e olhando o céu desabar num aguaceiro só, chegando à conclusão de que iria esperar ali por um bom tempo.
A conversa era acalorada, e apesar da distância, não pode deixar de ouvir tudo o que se dizia naquela mesa de fundos. O tema era se a Secretaria de Esportes de Maringá, a vizinha e próspera Maringá, cederia o estádio Willie Davids para que o Galo pudesse disputar as competições de base do ano de 2013.
O mais velho argumentava que não, que a Secretaria não cederia o estádio por acreditar que a prefeitura da cidade visava a ascensão de uma nova equipe que surgira há poucos anos e que não queria ver o Grêmio ameaçar a subida dessa outra equipe da mesma cidade. Já o mais novo acreditava que mesmo que a Secretaria mostrasse mais afeição pela nova equipe, não haveria de barrar a equipe do Galo, já que todos acreditavam que era uma equipe tão inofensiva assim.
Mas o interessante desse bafafá todo é que durante toda a conversa, o homem mais jovem que argumentava a favor do Galo, toda vez que tinha êxito contra o adversário tirava um cigarro do maço do outro e fumava.
A chuva não parava e Antônio viu-se ali, testemunha ocular e auditiva dos dois sujeitos que afrontavam e veneravam seu time do coração. Quase uma hora depois o aguaceiro não dava trégua. Feito zagueiro colado em atacante paparicado pela mídia. Até àquela altura, o sujeito mais jovem, o que defendia o Galo na discussão praticamente havia fumado todos os cigarros do miado maço de Mustang do cara mais velho, que descia a lenha no Grêmio Maringá.
O cara mais velho, notando o saque que foi feito de seus cigarros, mandou essa na bucha.
“Meu, você ficou aí defendendo esse time o tempo todo enquanto eu prestava atenção e fumou quase todos os meus cigarros. Só sobrou um!”
O sujeito mais jovem olhou com espanto para o cara do mais velho, e ao mesmo tempo, desfez a cara de espanto e transformou sua expressão numa expressão de alívio.
“Putz, que sorte, pensei que estivesse vazio!”
Tirou o último cigarro e o acendeu ainda argumentado a favor do Galo.
A chuva caía.
Antônio Komychecka era filho de ucranianos e desde criança nutria verdadeira paixão pelo Grêmio Maringá. Estava em um bar, em Ourizona-Pr, e o tempo, de uma hora para outra, virou naquele dia. Na hora do pé d’água, Antônio abrigou-se num outro bar perto da entrada da cidade. Entrou e pediu um café, que foi servido num copinho de pinga.
Café? Sei... Deve ter pensado o dono do bar que parecia o Moe, personagem dos Simpsons. Ficou ali no balcão, puxou um dos bancos e sentou. Notou que lá nos fundos do bar, sentados, dois caras discutiam sobre futebol e Antônio ouviu claramente algo relacionado ao Grêmio Maringá. Ficou na sua, escutando de longe, tomando seu café e olhando o céu desabar num aguaceiro só, chegando à conclusão de que iria esperar ali por um bom tempo.
A conversa era acalorada, e apesar da distância, não pode deixar de ouvir tudo o que se dizia naquela mesa de fundos. O tema era se a Secretaria de Esportes de Maringá, a vizinha e próspera Maringá, cederia o estádio Willie Davids para que o Galo pudesse disputar as competições de base do ano de 2013.
O mais velho argumentava que não, que a Secretaria não cederia o estádio por acreditar que a prefeitura da cidade visava a ascensão de uma nova equipe que surgira há poucos anos e que não queria ver o Grêmio ameaçar a subida dessa outra equipe da mesma cidade. Já o mais novo acreditava que mesmo que a Secretaria mostrasse mais afeição pela nova equipe, não haveria de barrar a equipe do Galo, já que todos acreditavam que era uma equipe tão inofensiva assim.
Mas o interessante desse bafafá todo é que durante toda a conversa, o homem mais jovem que argumentava a favor do Galo, toda vez que tinha êxito contra o adversário tirava um cigarro do maço do outro e fumava.
A chuva não parava e Antônio viu-se ali, testemunha ocular e auditiva dos dois sujeitos que afrontavam e veneravam seu time do coração. Quase uma hora depois o aguaceiro não dava trégua. Feito zagueiro colado em atacante paparicado pela mídia. Até àquela altura, o sujeito mais jovem, o que defendia o Galo na discussão praticamente havia fumado todos os cigarros do miado maço de Mustang do cara mais velho, que descia a lenha no Grêmio Maringá.
O cara mais velho, notando o saque que foi feito de seus cigarros, mandou essa na bucha.
“Meu, você ficou aí defendendo esse time o tempo todo enquanto eu prestava atenção e fumou quase todos os meus cigarros. Só sobrou um!”
O sujeito mais jovem olhou com espanto para o cara do mais velho, e ao mesmo tempo, desfez a cara de espanto e transformou sua expressão numa expressão de alívio.
“Putz, que sorte, pensei que estivesse vazio!”
Tirou o último cigarro e o acendeu ainda argumentado a favor do Galo.
A chuva caía.